Opinião

Aconteceu no final do mês de outubro de 1979. Pela primeira vez – e, até hoje, a única no nosso país – as trabalhadores domésticas juntavam-se no Pavilhão dos Desportos de Lisboa para realizar o seu primeiro congresso nacional, sob o lema “Dizemos não à servidão”. Nos meses anteriores, o Sindicato do Serviço Doméstico multiplicara reuniões preparatórias e, em junho desse ano, lançara um Inquérito à Opinião Pública, que pretendia formar as delegadas sindicais no contacto com a população, pô-las a socializar, a comunicar na rua, a fazer entrevistas e a distribuir material, a chamar a atenção da sociedade para o Congresso.

O melhor que se pode desejar é que a lucidez não faça escalar a guerra para o fim de linha químico ou nuclear. Um estatuto de neutralidade com garantias para a Ucrânia parece ser a única solução imediata.

 

A guerra que a Rússia provocou na Ucrânia tem certamente um contexto, mas bombardear um país como está a ser feito é absolutamente imperdoável e não tem qualquer justificação legítima nem qualquer fator atenuante, por mais pretextos que se invoquem.

São cerca de 63 mil as pessoas  que trabalham em Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS). A maioria trabalha no apoio à infância,  à juventude, à deficiência e à terceira idade. Por Joaquim Espírito Santo e Pedro Faria.

A decisão é histórica. O Supremo Tribunal de Justiça condenou um homem ao pagamento de 60.782 euros à ex-companheira pelo trabalho doméstico desenvolvido por ela ao longo de quase 30 anos de união de facto. Artigo de José Soeiro.

Resoluções Mesa Nacional

Notícias

Na assembleia Municipal de 28 de novembro, o Bloco de Esquerda votou contra a proposta de instrumentos de gestão previsional da Varzim Lazer, por — entre outras razões — não concordar com o modelo em que a empresa municipal opera: a situação financeira da Varzim Lazer é preocupante, e no mais recente Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses é considerada das entidades com pior resultado económico em 2023. Ademais, defendemos que a VL deve ser internalizada pelo município, com a integração de todos os trabalhadores.

Notícias

Perante a falta de habitação digna para demasiadas pessoas, a existência de muitos prédios devolutos, em ruínas ou degradados numa cidade como a Póvoa de Varzim é uma situação inaceitável. Para além de tal dificultar o acesso à habitação a pessoas que vivem em condições indignas, constitui uma injustiça fiscal entre os proprietários que mantêm os prédios em condições adequadas de utilização própria ou de arrendamento e outros proprietários que desrespeitam a finalidade habitacional dos mesmos.

Notícias

No passado dia 28 de fevereiro, o Posto de Turismo dos Torreões foi pequeno para as dezenas pessoas que se juntaram a pensar uma Póvoa mais amiga de todos os animais. Partindo das intervenções de Carolina Castro, Maria Manuel Rola, Sara Miguel e Shay Gonçalves, a conversa moderada por Katya Pessoa passou por uma reflexão sobre o que há ainda a resolver no nosso município — sobretudo na necessidade urgente de um executivo municipal e de juntas de freguesia que estejam sequer dispostas a ouvir as pessoas que se preocupam com o bem-estar animal —, dando lugar a um elenco de pontos diretores para o que poderia ser uma cidade que possibilite um retorno ao convívio mais simbiótico entre pessoas e animais.

Autarquias

O poder local tem uma grande responsabilidade na garantia do bem-estar animal, sendo competência dos municípios a garantia do bem-estar de animais de companhia, errantes e assilvestrados na perspetiva da garantia da saúde pública. A autarquia da Póvoa de Varzim considera que “o bem-estar animal constitui um compromisso assumido no seu Plano Estratégico 2020-2030, enquadrado no eixo prioritário da Sustentabilidade Ambiental”: uma das propostas desse plano — que carece ainda da saída do papel — é a criação do Plano Municipal de Bem-Estar Animal.

Notícias

Em seguimento do contacto com ativistas locais e pessoas preocupadas com as causas da proteção animal, o Bloco de Esquerda da Póvoa de Varzim promoverá uma conversa sobre o que está ainda por fazer para garantir um município que promova verdadeiramente o bem-estar animal: CIDADE para/com BICHOS. Este momento de reflexão e partilha decorrerá no Posto de Turismo dos Torreões, pelas 21h15 da próxima sexta-feira, 28 de Fevereiro.

O Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda, através da deputada Marisa Matias, questionou o Ministério das Infraestruturas e da Habitação acerca dos problemas de segurança rodoviária no troço entre Vila do Conde e Argivai. A Estrada Nacional 206 (EN206) — que liga as localidades de Vila do Conde (Porto) a Vila Pouca de Aguiar (Vila Real) — é uma importante infraestrutura rodoviária que atravessa vários distritos (Porto, Braga e Vila Real) e tem uma extensão de 128 km.

A EN 206 tem sofrido algumas intervenções: esta semana foi iniciada a obra de empreitada de reabilitação em Vila Nova de Famalicão, junto à rotunda de acesso à variante nascente da N14, e desenvolve-se até ao seu entroncamento com a ER310, numa extensão total de 15,128 quilómetros.

Notícias

 

 

Por decisão da Comissão Coordenadora Distrital (CCD) do Porto em reunião realizada a 20 de dezembro de 2024, foi aberto o processo eleitoral para a Comissão Concelhia (CD) 2025/2027, que culminará a 15 de março de 2025, com a realização da Assembleia Eleitoral, na sede do Bloco em Vila do Conde (R 5 Outubro rc Bl 1 2000 Z loja 10; 4480-739 Vila Conde).

 

 

Notícias

No dia em que se assinala o Dia de Namorades, o Bloco de Esquerda da Póvoa de Varzim lembra a importância de continuamente defender o direito de todas as pessoas a amar. Sendo esta efeméride assinalada nesta altura do ano em coincidência com o festival pagão da Lupercália — que celebrava purificação e fertilidade — continuamos diariamente na luta por um mundo mais justo e equitativo, purificado de todos os ódios que insistem em tentar limitar a sua Liberdade de algumas pessoas serem quem são, amando quem querem.

Assim, a Póvoa acordou na manhã de hoje marcada pela iniciativa ‘bombom é amares quem quiseres’ — com cartazes espalhados pela cidade em lembrança do quanto a igualdade no direito ao amor é ainda uma luta de todos os dias.

Paralelamente, importa-nos lembrar que a violência nas relações de intimidade — e em particular no namoro — é infelizmente ainda uma realidade. Não fosse também este dia apelidado em homenagem a mártires, é vital que nos sirvamos dele para lembrar todas as pessoas violentadas no que deveria ser dos seus espaços mais seguros — as relações amorosas.

O Pavilhão Desportivo Municipal da Póvoa de Varzim, inaugurado em 1998, com capacidade para 2500 lugares sentados e uma área de 1600 m2, tem sido fundamental na promoção do desporto no nosso concelho — tendo recebido, ao longo dos anos, eventos desportivos de natureza nacional, europeia e mundial. É também a casa de vários clubes em diversas modalidades, e até espaço para dinamização de eventos culturais. 

No passado sábado, dia 8 de fevereiro, o Pavilhão Municipal acolheu um jogo de andebol da 19ª jornada do campeonato português, entre o Póvoa Andebol Clube e o campeão nacional Sporting Clube de Portugal. A 19ª jornada do campeonato português é a primeira após o campeonato do mundo de andebol, que se realizou entre 14 de janeiro e 2 de fevereiro, na Croácia, Dinamarca e Noruega — e no qual Portugal alcançou o seu melhor resultado de sempre e colocou grande parte do país a assistir a esta modalidade. É portanto expectável que aumente a curiosidade em relação à modalidade e mais pessoas queiram acompanhá-la — nomeadamente os 6 atletas da seleção que jogam no Sporting Clube de Portugal. 

Assembleia Municipal

O Bloco de Esquerda questionou o Governo e o executivo municipal da Póvoa de Varzim, acerca da construção de um hotel de luxo, nos antigos terrenos do parque de campismo do Rio Alto, em plena Reserva Ecológica Nacional. 

Em outubro de 2022, o Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda questionou o ministério com a tutela do ambiente sobre a construção de um hotel nos terrenos do antigo parque de campismo do Rio Alto, junto ao Campo de Golfe da Estela, na freguesia da Estela, no concelho da Póvoa de Varzim, em plena reserva ecológica nacional (REN) e no Plano Orla Costeira.

Na resposta recebida, o ministério do ambiente, confirmava que a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) tinha dado entrada de um pedido de parecer da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim sobre um Pedido de informação Prévia (PIP) para a realização de obras de requalificação (alteração) do empreendimento turístico com a designação de Parque de Campismo e Caravanismo ORBITUR Rio Alto. Na mesma resposta, afirmavam que também tinham dado entrada duas solicitações (em 2015 e 2019) de pedidos de informação prévia relativos a intervenções no Campo de Golfe da Estela.

O Bloco de Esquerda, através do seu eleito na Assembleia Municipal, questionou o executivo municipal da Póvoa de Varzim sobre a precariedade laboral vivida na Varzim Lazer. 

A empresa municipal, Varzim Lazer (VL), criada em 3 de fevereiro de 2000, segundo os e seus estatutos, tem como objeto principal a gestão dos equipamentos desportivos municipais e correspondentes infraestruturas, bem como da sua utilização, e ainda a promoção e organização de eventos desportivos ou recreativos nas instalações cuja gestão lhe está cometida ou lhe venha a ser atribuída pela Câmara Municipal da Póvoa de Varzim.

Segundo o mais recente Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses, é das entidades com mais fraco resultado económico em 2023 e que no seu plano e orçamento para o corrente ano de 2025, dispõe de uma receita corrente no valor de 1 milhão de euros proveniente do Município da Póvoa de Varzim. Menos 300 mil euros que o contratualizado nem 2023, mas mais 100 mil euros que a verba de 2022, em três documentos legais disponíveis para consulta no site oficial da Câmara Municipal.

As Atividades de Enriquecimento Curricular (AEC) são um instrumento imprescindível numa política educativa que promova o sucesso escolar pela igualdade de oportunidades e redução das assimetrias sociais: na sua defesa, o Bloco de Esquerda enviou à Câmara Municipal um pedido de informações em relação a todas as problemáticas no acesso a AEC na Póvoa de Varzim.

Têm chegado ao Bloco de Esquerda relatos de atrasos na colocação de professores para ministrar estas aulas, e não só demasiadas crianças ficaram sem acesso a AEC por ausência de profissionais contratados a tempo, como se nota uma incapacidade na fixação destes profissionais — ilustrada pelas várias desistências de professores colocados desde o início do ano letivo. Esta situação deve-se à acentuada instabilidade profissional e desvalorização profissional vem fazendo desistir potenciais candidatos às AEC.

Cidade para/com Crianças: “conhecer o mundo através dos vidros dos carros”

O Bloco de Esquerda organizou, no passado sábado, dia 25 de janeiro, na Biblioteca Municipal Rocha Peixoto, a iniciativa “Cidade para/com Crianças”, uma conversa sobre como tornar a cidade mais inclusiva, saudável, segura e participativa para as crianças, desde os seus espaços urbanos até às suas políticas públicas.

Manuel Sarmento, diretor do Programa de Mestrado em Estudos da Criança e do Departamento de Ciências Sociais da Educação da Universidade do Minho, explicou que a liberdade de movimento e a experiência direta com a cidade ampliam as oportunidades de autoconhecimento das crianças. A transformação das cidades em espaços mais humanizados, com foco na mobilidade a pé, deve ser uma prioridade para garantir que as crianças não conheçam o mundo apenas através dos vidros dos carros, numa triangulação entre casa, escola e atividade extracurricular. Segundo o especialista, a limitação da autonomia de mobilidade das crianças tem efeitos negativos significativos: reduz o conhecimento do espaço urbano e a experiência direta com ele, prejudica a saúde física (aumentando a obesidade e doenças relacionadas ao sedentarismo), limita a interação intergeracional (afastando crianças e idosos das ruas), e agrava a fragmentação da experiência urbana, dificultando a participação das crianças na vida pública e social.

Para Manuel Sarmento, as crianças devem ser ouvidas, mas é essencial que obtenham respostas às suas questões. Porque, afinal, as crianças possuem competências políticas, mesmo que as suas ações políticas ocorram principalmente em interações com outros pares, em contextos de vida cotidianos e fora da observação adulta. Elas demonstram habilidades como cooperação, competição, formação de alianças, resistência, negociação e defesa de interesses.

 

Esta conversa — promovida pelo Bloco de Esquerda da Póvoa de Varzim — surge da urgente necessidade de dar voz às crianças e suas vontades, procurando elencar os desafios da vida quotidiana no contexto urbano (e não só) para a educação, crescimento e desenvolvimento das e dos cidadãos mais jovens do nosso município.

 

Partindo de uma reflexão inicial em torno do que é ser criança, da criança enquanto cidadã e do seu espaço na sociedade, recolher-se-ão perspectivas plurais — desde a psicologia e sociologia com foco na criança à infância na primeira pessoa, passando por testemunhos de quem dirige e age no contexto escolar — e promover-se-á o diálogo em torno do que é preciso ainda conquistar para que todas as crianças tenham mais e melhores oportunidades de moldar o mundo que as rodeia. 

 

A sessão contará com a presença do Professor Manuel Sarmento - diretor do mestrado em Estudos da Criança e foi Diretor do Programa de Doutoramento em Estudos da Criança e do Departamento de Ciências Sociais da Educação da Universidade do Minho.

Andreia Teixeira e Carlos Gomes de Sá promovem a inclusão social de crianças de 27 nacionalidades no Agrupamento de Aver-o-Mar através do projeto “Aver-o-Mundo”, que envolve pais, alunos, pessoal docente, não docente. 

 

Catarina Grande é Professora Associada de Psicologia em ciclos de pré/pós-graduação na Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto e membro integrado do Centro de Psicologia da Universidade do Porto. Participou em diferentes projetos de investigação sobre a intervenção precoce e educação na infância e em vários projetos Erasmus+ abordando questões de multilinguismo, cidadania e redes sociais

 

Sara Cortesão é uma jovem de 13 anos que frequenta o Clube de Comunicação e de Robótica da sua escola, pratica ballet e piano e pertence à Associação Ethos, Pathos, Logos.

 

A moderação fica a cargo da Sara Miguel da Cooperativa Ser Natureza.

 

 

 

 

Notícias

Foi com consternação, mas não com estranheza, que o Bloco de Esquerda recebeu a notícia do despedimento de Pedro Macedo, diretor executivo do Centro do Clima da Póvoa de Varzim. Porque as ações climáticas devem transcender fronteiras políticas, o Bloco acompanha diligentemente o trabalho desenvolvido pelo Centro do Clima desde a sua criação. E 18 meses foram suficientes para a equipa que o — ou compunha — alcançasse local, regional e, depois, nacionalmente o reconhecimento merecido. Desde logo, por fomentarem a participação dos cidadãos e cidadãs da Póvoa de Varzim na procura de soluções, na partilha de conhecimentos e experiências: uma verdadeira lição de cidadania em Democracia.

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No dia 3 de janeiro teve início o prazo de submissão de candidaturas para o concurso “Escolas Novas ou Renovadas”, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Através de um financiamento de cerca de 130 milhões de euros, este programa visa a modernização e requalificação de estabelecimentos públicos de ensino dos 2.º e 3.º Ciclos e do Secundário do Norte de Portugal. Inicialmente, 29 de março era a data limite para submissão de candidaturas, mas o prazo foi prorrogado até 30 de abril.

Ora, segundo os documentos previsionais do ano anterior, para vigorar no corrente ano, a Câmara Municipal da Póvoa de Varzim já tinha concluído os projetos de requalificação das escolas EB 2/3 de Rates, EB 2/3 Cego Maio e EB 2/3 Campo Aberto. Por isso, sendo o aviso de abertura do concurso claro quanto à atribuição das verbas – “não havendo seriação das candidaturas, elas serão decididas por ordem cronológica da sua submissão, e até ao limite orçamental” – o mínimo expectável seria que a Câmara Municipal não deixasse para os últimos dias a submissão dos projetos. No entanto, este executivo é incansável na tarefa de surpreender os poveiros e poveiras.

Tendo conhecimento deste critério para a atribuição dos 130 milhões de euros, a Câmara Municipal da Póvoa de Varzim submeteu as candidaturas das Escolas EB 2/3 de Rates, Cego do Maio e Campo Aberto a três dias do fim do prazo. E, tal como era previsível, as escolas aprovadas foram, precisamente, as primeiras 22 a submeter as suas candidaturas e, claro está, Rates, Cego do Maio e Campo Aberto foram excluídas da verba.

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São cada mais as autarquias comprometidas com a eliminação do uso de herbicidas químicos para controlo de plantas infestantes — uma tendência crescente em Portugal.

A Agência Internacional para a Investigação sobre o Cancro (AIIC) da OMS declarou o glifosato —o herbicida mais utilizado pelas autarquias — como “carcinogéneo provável para o ser humano” — e identificou a relação entre a exposição ao herbicida e o Linfoma não-Hodgkin, o 7º cancro mais comum em Portugal.

No sentido da defesa da saúde pública e conservação ambiental, é necessário efetuar um esforço por abolir os herbicidas químicos e optar por métodos menos agressivos para o controlo das “ervas daninhas”: técnicas manuais, térmicas e o uso de maquinaria específica. Para proteção dos espaços públicos da contaminação por herbicidas, a Associação Quercus e a Plataforma Transgénicos lançaram a iniciativa de âmbito nacional "Autarquias sem Glifosato e Herbicidas”.

Por oposição, a nossa União de Freguesias continua a usar herbicidas e, pretende para 2025 praticamente triplicar a verba para aquisição dos mesmos.

Notícias

São cada mais as autarquias comprometidas com a eliminação do uso de herbicidas químicos para controlo de plantas infestantes  — também designadas de espontâneas ou daninhas —, e este movimento por uma gestão de espaços verdes mais sustentáveis e respeitadoras do ambiente faz parte de uma tendência crescente em Portugal.

A Agência Internacional para a Investigação sobre o Cancro (AIIC) da Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou o glifosato —o herbicida mais utilizado no país, e principalmente pelas autarquias — como “carcinogéneo provável para o ser humano” — e identificou a relação entre a exposição ao herbicida e o Linfoma não-Hodgkin, o 7º cancro mais comum em Portugal  (com cerca de 2300 novos casos por ano, segundo a Associação Portuguesa Contra a Leucemia).

Câmara Municipal

Após um início de empreitada atribulado e dois anos de obras, a inauguração da Póvoa Arena parecia aproximar-se com o findar do ano de 2024. Ora, no final de Setembro, o Presidente da Câmara apontou a abertura deste equipamento para meados de 2025 — uma data cada vez mais próxima ao final de mandato.

Na tomada de posse do executivo, Aires Pereira elencou promessas várias e apresentou como aposta no âmbito do turismo a ‘nova centralidade que será criada a partir da Póvoa Arena, um equipamento (…) que se assumirá como o novo ponto turístico da cidade’. Ainda assim, chegamos ao encerramento de um ciclo autárquico, e as obras continuam — cumprir-se-á essa ‘centralidade’ na véspera de eleições?

 

A promessa de um espaço multiusos que sirva devidamente poveiras e poveiros assenta nos ideais de um espaço com ‘papel fundamental’ no combate à sazonalidade, e que ‘[dote] a cidade de um conjunto de mais-valias para a sustentabilidade económica’ — penoso é que o próprio projecto não inspire sustentabilidade económica em si mesmo, dada a previsão de que acabará por custar uma vez e meia do valor inicialmente previsto. Em 2023 foram gastos 4,2 milhões de euros nesta empreitada, parte de um total apontado de 9,5 milhões e que já se estica para algo acima dos 14 milhões! Não há inflação nos materiais de construção que justifique tamanha patinagem, tamanha derrapagem orçamental.

Notícias

O Dia Mundial do Solo foi celebrado a 5 de dezembro, sob o tema “Medir, monitorizar, gerir”, uma chamada de atenção para a importância de solos saudáveis e da sua gestão sustentável. A Póvoa de Varzim, porém, poderá não ter muitas razões para comemorar a data. O que não deixa de ser algo irónico, já que o presidente da Câmara Municipal, nas últimas semanas, tem manifestado a sua preocupação relativamente à sustentabilidade, à economia circular e às alterações climáticas. No entanto, quando se trata de trazer para a entrada da cidade um parque de retalho com 20 lojas de grupos internacionais, Aires Pereira já não parece tão interessado nos temas “verdes”.

O Retail Park — anunciado pela comunicação social e não pela autarquia — vai ocupar uma área de 21 mil m2. Este executivo terá medido, monitorizado e gerido (como propuseram as Nações Unidas na celebração do Dia Mundial do Solo), para ter decidido abdicar de tamanho espaço que filtra água, armazena carbono e acolhe biodiversidade?

Outro ponto que é necessário sublinhar: como acima referido, o Bloco de Esquerda tomou conhecimento da construção deste parque de retalho pela comunicação social no dia 3 de dezembro. Ora, cinco dias antes realizou-se a Assembleia Municipal e um dos pontos discutido foi a infâme rotunda oval. Este executivo ocultou da oposição, da própria comunicação social e dos poveiros e poveiras a construção de um parque comercial que irá trazer novas vias e uma outra rotunda precisamente para a zona em que a rotunda oval tem trazido problemas, e que estava em discussão na Assembleia Municipal. Após o anúncio da construção, Aires Pereira afirmou que o projeto de arquitetura já se encontra aprovado pela Câmara Municipal e que as novas vias vão aliviar o trânsito porque, quem quer seguir pela N205, vai ter outra opção. Se o presidente da Câmara tinha esta convicção na reunião da Assembleia Municipal porque decidiu ocultar todas estas informações quando estava em discussão o trânsito provocado pela rotunda oval?