O fogo de artifício é uma tradição na maioria das festas populares, eventos e celebrações: na Póvoa são vários os momentos, ao longo do ano, marcados por espectáculos pirotécnicos. Os rebentamentos dos engenhos pirotécnicos tradicionais têm impactos negativos para a saúde e para o meio ambiente, sendo hoje conhecidos devido ao seu ruído intenso. A OMS recomenda que o nível de ruído durante o dia seja de no máximo 65 dB, durante a noite de 30 dB, e avisa que os ruídos acima de 120 dB (valor que o fogo de artifício atinge) podem causar impactos graves na audição. O ruído intenso proveniente dos rebentamentos do fogo de artifício causa problemas à população mais vulnerável (crianças, pessoas idosas, pessoas com perturbações do espectro do autismo) e, de forma significativa, aos animais tanto domésticos como silvestres.
Em relação ao meio ambiente, os compostos que fazem deflagrar o fogo de artifício têm substâncias muito poluentes devido a concentrações elevadas de gases como o dióxido de enxofre e óxidos de nitrogénio, sendo também relevante referir os incêndios que por vezes e por acidente são causados pelos fogos de artifícios tradicional.
Um município que assume no seu plano estratégico a sustentabilidade e o bem-estar animal, deve repensar a utilização de fogos de artifício ruidosos — por esta razão, propôs o Bloco em Assembleia Municipal a transição para pirotecnica silenciosa em eventos da autarquia, o desenvolvimento de campanhas de sensibilização para os impactos da utilização de artefactos pirotécnicos, a eliminação do uso de segmentos de fogos de artifício mais ruidosos normalmente utilizados no início e no final de celebrações e o estudo da viabilidade da regulamentação do uso de pirotecnia com ruído nas imediações de zonas habitacionais, unidades de saúde, lares, escolas e zonas de proteção animal.