
A Câmara Municipal da Póvoa de Varzim anunciou os números relativos à gestão de resíduos em 2024. Apesar de alguns avanços positivos, as percentagens apresentadas são bastante modestas face ao desafio global da gestão sustentável de resíduos. A média de produção de resíduos por habitante continua elevada (580,9 kg/ano) e apenas 32,7% foi encaminhado para valorização, o que está aquém do desejável.
Em 2017 — ano de Eleições Autárquicas — foi o ano que Aires Pereira afirmou diversas vezes que o Município iria implementar o sistema “Pay As You Throw” (PAYT). Segundo o autarca, a Póvoa de Varzim iria contar com a recolha seletiva de resíduos porta-a-porta e que, quanto mais os munícipes reciclassem, maior seria o desconto na fatura da água. Passados oito anos, a promessa nunca foi cumprida e, para o Bloco de Esquerda, esta falha compromete a evolução dos números apresentados. Os poveiros e as poveiras viram as suas expectativas defraudadas, já que Aires Pereira comunicou, em todas as freguesias, que os munícipes iriam pagar pela quantidade exata de lixo que produzissem, em vez da taxa indexada à fatura da água. Por esse motivo, o Bloco de Esquerda considera essencial que o Executivo esclareça os motivos da não implementação do PAYT e propõe que este sistema seja finalmente implementado, aliviando as contas mensais dos poveiros e poveiras e criando novos hábitos de separação de lixo.
A implementação do PAYT, especialmente associada a descontos na fatura da água, pode trazer benefícios significativos para os números da reciclagem e para a redução dos resíduos indiferenciados, o aumento na separação de resíduos seria muito mais expressivo do que os atuais 3,2% e 4,6%. O atual decréscimo de apenas 0,5% na fração indiferenciada é insuficiente para atingir metas ambientais significativas.
Com um modelo de tarifa fixa, todas e todos pagam o mesmo valor, independentemente da quantidade de lixo que produzem, desincentivando os esforços individuais de reciclagem e o seu positivo impacto ambiental. As metas nacionais estabelecidas para 2030 não vão ser alcançadas pela Póvoa de Varzim se não se der o desconto prometido. O Bloco de Esquerda insiste: há que dar o desconto!