
Na última Assembleia Municipal da Póvoa de Varzim, realizada a 28 de novembro, foi apresentada, pelo Bloco de Esquerda, uma moção em defesa do Centro Hospitalar Póvoa de Varzim/Vila do Conde (CHPV/VC), que foi aprovada por unanimidade.
Lembramos, a promessa do primeiro-ministro, Luís Montenegro, proferida nas comemorações do dia da cidade, que iria haver verba para a ampliação do Centro Hospitalar Póvoa de Varzim / Vila do Conde. Ora, com a divulgação do Orçamento do Estado (OE) para 2025, as poveiras e poveiros foram surpreendidos pela inexistência de verba alocada para estas obras. O Bloco apresentou uma proposta de aditamento ao OE para a inclusão da verba necessária para as reabilitação e ampliação do CHPV/VC. A nossa proposta foi chumbada com os votos do PSD, CDS e abstenção do PS, IL e PCP.
A moção aprovada na Assembleia Municipal que será enviada, ao Sr. Presidente da República, ao Sr. Presidente da Assembleia da República, ao Sr. Primeiro-Ministro, à Sra. Ministra da Saúde e aos Grupos Parlamentares da Assembleia da República, para que seja iniciado de forma imediata o processo de ampliação e reabilitação do Centro Hospitalar da Póvoa de Varzim/Vila do Conde, e que se mobilizem os recursos e o financiamento necessários à prossecução deste investimento, essencial para a população e para os profissionais de saúde.
Em Portugal, está consagrado na Constituição o direito de todos à proteção da saúde e o dever de a defender e promover. Pessoas saudáveis são mais felizes, produzem mais e vivem uma vida longa com qualidade. Um facto que a política de austeridade ignorou, deixando marcas no sector que perduram até hoje. A saúde não é despesa, é investimento para o bem comum da sociedade e o desinvestimento nesta área, especificamente no SNS, nas suas infraestruturas e nos seus profissionais, transformou de forma negativa e permanente a saúde em Portugal.
O SNS tem uma importante missão de redução das desigualdades territoriais e de dotar as infraestruturas de condições dignas, quer para utentes, quer para profissionais de saúde, sendo, igualmente, o maior garante de equidade entre todas as regiões do país.
O desinvestimento no SNS tem impactos diretos na população do nosso município. A sociedade poveira aguarda há oito longos anos a ampliação do Centro Hospitalar, que assegura cuidados de saúde a mais de 150 mil pessoas, um número que dobra nos meses de verão. Trata-se de uma espera demasiado longa e cara, já que durante este período perdeu-se a oportunidade de aceder a 2,3 milhões de euros de fundos comunitários.
É com consternação que constatamos que o Governo não inseriu as verbas necessárias para a ampliação e reabilitação do Centro Hospitalar. Os governos passam, os ministros também, as promessas sucedem-se, mas as obras não avançam. Promessas, que ainda recentemente, foram proferidas pelo primeiro-ministro de Portugal, em junho deste ano, durante a visita à Póvoa de Varzim para as celebrações da elevação desta a cidade. Na ocasião, Luís Montenegro prometeu que “não deixará de tomar uma decisão efetiva” quanto à ampliação do Centro Hospitalar Póvoa de Varzim/Vila do Conde.
Reivindicar a ampliação e a reabilitação de um projeto prometido às populações da Póvoa de Varzim e de Vila do Conde e que lhes irá facultar condições de tratamento de saúde proporcionais à qualidade dos profissionais que trabalham nesse espaço é a nossa obrigação e o nosso dever. Não podemos esperar mais!