Posição sobre a Via Circular Urbana da Cidade – troço norte

O Bloco de Esquerda questiona-se sobre a real utilidade da abertura de concurso público para adjudicação da empreitada “Via Circular Urbana da Cidade – troço norte: Beneficiação da interseção giratória na Av. do Mar e ligação à Rua das Sencadas”, um projeto que irá custar aos cofres da Póvoa de Varzim o valor total de 660 mil euros + IVA.

Além disso, apontamos incongruências entre o que aparece descrito como solução no enquadramento da obra e a realidade, onde estes trabalhos parecem servir mais como remendo que solução. Afirma o Presidente da Câmara, em sede de Reunião da Câmara Municipal: “ultimamente o tráfego rodoviário no local tem tido um incremento do número de viaturas em circulação, nomeadamente nas horas de ponta. (…) Estas medidas irão mitigar os constrangimentos referidos e melhorar a circulação rodoviária”, pelo que “o interesse público da presente proposta é inquestionável”. No entanto, esta obra “relativamente simples” só irá permitir resolver os problemas de tráfego “até certo ponto”, porque as horas de ponta são um problema que “por muitas soluções que a gente tenha, nada resolve”.

Ora, torna-se claro que existem posicionamentos contraditórios do executivo municipal: ou o problema de tráfego é real e notório — e como tal merece uma solução muito mais radical do que a proposta — ou então é apenas uma inevitabilidade — e como tal não merece o gasto colossal à obra planeada.

O problema principal, e que o Bloco veementemente condena, é a construção de uma rotunda que foi mal projetada e que agudizou o problemas de tráfego — e tal pede uma intervenção na própria rotunda, e não o ignorar da sua existência. Ademais, sem o pórtico na A28, em Laúndos, o trânsito certamente diminuiria, mas graças ao votos do PSD e CDS e abstenções do PS e IL, a proposta do Bloco na discussão do Orçamento do Estado para eliminar as portagens na a28 foi chumbada.

Por um valor tão absurdamente elevado — que se soma às exorbitâncias gastas na presente rotunda que não serve devidamente as poveiras e poveiros — é merecida uma resposta concreta para um problema real. Não andemos mais às voltas, urge sair do sítio!