Share |

GOP 2025 E AS PROMESSAS DE UM MANDATO… FALHARAM!

As Grandes Opções do Plano (GOP) e o Orçamento Municipal são os principais instrumentos na orientação política do município e refletem — ou não — escolhas para resolver os problemas da cidade e do concelho e proporcionar melhoria da qualidade de vida das pessoas. São documentos que devem conter objetivos estratégicos para o futuro da Póvoa de Varzim. 

Falar de futuro é falar num município solidário, justo, igualitário, coeso, com visão ecológica, com dinamismo cultural, que instigue a participação cívica, promova o bem-estar animal e sobretudo que não deixe ninguém para trás. Precisamente porque queremos um município de futuro, que reforce o contrato social, o Bloco de Esquerda apresentou diversas propostas com vista à melhoria da qualidade de vida dos poveiros e das poveiras. Na nossa opinião, a oposição tem o dever de contribuir com propostas, com ideias, lutar por elas, construir alternativas e procurar novos rumos — por isso mesmo fomos a única força partidária a apresentar propostas em todos orçamentos deste mandato.

Em oposição a uma visão de futuro surge o orçamento que foi em Assembleia Municipal votado: um documento eleitoralista e propagandista, sem grandes objetivos estratégicos e sem rumo, em sintonia com todos os outros documentos votados em anos anteriores. Trata-se do maior orçamento de sempre: 90 milhões de euros — mais 10 milhões que no ano passado e mais 33 milhões de euros do que o primeiro orçamento apresentado e aprovado neste mandato. Ainda assim, este documento — que se assume como amigo das famílias e das empresas — não contempla nem mais 1 euro para os programas de emergência social, apoios às rendas e outros apoios eventuais na ação social. E com um acesso a estes programas tão limitado, que só podemos deduzir que nem estas verbas são executadas na totalidade — será realmente amigo das famílias? Ademais, este orçamento vive de cromos repetidos para 2024: repete 6 das 8 propostas no âmbito da educação, 16 das 21 propostas no âmbito da habitação e serviços coletivos, o total das 3 propostas para transportes e comunicações, e 3 dos 4 anúncios de obras de serviço cultural e recreativo (repetidas desde 2022, e apenas a Póvoa Arena com concretização efetiva até ao momento).

No discurso de tomada de posse deste mandato, o sr. Presidente da Câmara da Póvoa de Varzim clamava, com grande vigor: “Não falharei, não falharemos!” Ora, tendo por base os orçamentos sucessivamente apresentados, bem como a clara ineficácia na resolução dos problemas mais nevrálgicos da população da Póvoa, é claro que este executivo prometeu e não cumpriu; falhou e comprometeu o nosso futuro.

O futuro que o Bloco defende passa pela resposta a problemas que consideramos de mais premente resolução, inserem-se nos princípios básicos que sempre defendemos para o concelho e têm como objetivo tornar a democracia local mais participada. Não podemos deixar de assinalar, mais uma vez, que a discussão e elaboração dos documentos previsionais deveria ser um processo amplamente participado, não só pelos partidos políticos, mas por toda a população, coletividades e associações, em sessões abertas em todas as freguesias do nosso concelho. A participação cidadã enriquece o processo de decisão e favorece um maior ajustamento dos investimentos às necessidades dos munícipes.

Apresentámos então 10 eixos que consideramos fundamentais para o futuro do concelho: Habitação, Mobilidade, Crise social, Melhor espaço público e mais qualidade de vida, Educação, Democracia local, Cultura e Associativismo, Bem-estar animal, Saúde Mental, Desporto e Atividade Física.

Acusaram o Bloco de Esquerda de apresentar propostas precoces, que nada acrescentavam. A rejeição das nossas propostas não foi recebida com surpresa: os motivos elencados para a mesma denotam a expectável sobranceria e um conforto desmesurado no poder. Sabemos que ao causar desconforto, não falhámos em ser oposição — os poveiros e as poveiras sabem que podem contar com o Bloco de Esquerda para um trabalho de escrutínio sério, firme e rigoroso —, e por isso chumbamos com toda a convicção este orçamento para 2025, que não faz senão perpetuar o passado.