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Bloco questiona Governo sobre a falta de intervenção na Igreja de São Pedro de Rates

O Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda questionou o Governo sobre o atraso nas obras da Igreja de São Pedro de Rates. 

A Igreja de São Pedro de Rates, em São Pedro de Rates, no concelho da Póvoa de Varzim, está classificada como Monumento Nacional pelo Decreto nº 136 de 23 de junho de 1910, continua em avançado estado de degradação.

É um templo românico, foi mandada construir pelo Conde D. Henrique, entre os anos 1096 e 1100, no séc. XI, com alterações reconstrutivas nos séculos XIII, XV, XVII e XVIII e serviu como igreja do primeiro mosteiro da ordem de Cluny em Portugal.

Segundo a Direção-Geral do Património Cultural " a sua importância na história monacal nacional, as relações que então estabeleceu com os poderes dirigentes e a relevância das formas arquitetónicas e escultóricas aqui empregues fazem deste monumento um verdadeiro caso de estudo, cujas conclusões ultrapassam, em muito, o mero conteúdo monográfico e refletem-se em toda a produção românica do nascente reino de Portugal”.

Diariamente a igreja é visitada por centenas de peregrinos do caminho português de Santiago e todos os anos é palco de várias atividades culturais, exemplos dessas atividades culturais são o ciclo de música sacra e do festival internacional de música.

O monumento está em avançado estado de degradação, e recentemente, com as primeiras chuvas de outono, a água da chuva caí em vários pontos da igreja, os vitrais estão partidos o que permite a entrada de vento, as infiltrações são imensas, que obriga a que todo o sistema elétrico seja desligado em dias de chuva devido ao perigo de curto circuito, o telhado tem problemas estruturais e o pórtico principal está muito degradado.

A 26 de junho de 2023, o grupo parlamentar do Bloco de Esquerda questionou o ministério da cultura sobre esta situação, em resposta, o ministério afirmou que tinha conhecimento do avançado estado de degradação da Igreja de São Pedro de Rates e a Direção Regional de Cultura do Norte (DRCN), tinha já identificado as necessidades de intervenção. Nessa mesma resposta, o ministro afirmava que já estava agendada um reunião entre o presidente da Câmara da Póvoa de Varzim e o presidente do Fundo de Salvaguarda do Património Cultural (FSPC), para avaliarem da possibilidade de apoio à recuperação da Igreja, no quadro do FSPC.

No verão de 2023, foi assinado um protocolo entre o município da Póvoa de Varzim e a DGPC, para uma intervenção no telhado e nos vitrais partidos, de forma a impedir a entrada da chuva e de vento no monumento. O inicio da intervenção foi anunciada pelo executivo municipal da Póvoa de Varzim, com o financiamento pelo Fundo de Emergência do Património Cultural.

A intervenção por parte do município na Igreja seria feita em duas fases, a primeira apenas para obras de melhoramento da cobertura e vitrais. A segunda fase era efetuar um levantamento de todas as carências e efetuar a obra de reabilitação.

Acontece que, um ano após este anúncio, nada foi feito, e o Bloco de Esquerda considera esta situação preocupante, lamentável e consideramos fundamental saber todas as razões para que a intervenção urgente na Igreja de São Pedro de Rates ainda não tenha sido efetuada.

O Bloco de Esquerda quer saber qual a razão para que a intervenção na Igreja ainda não tenha sido concretizada e qual o prazo para a intervenção.