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Bloco quer ouvir Pizarro sobre problemas nas urgências e encerramento de maternidades

O Bloco de Esquerda entregou, na quinta-feira, no Parlamento, um requerimento para audição urgente do ministro da Saúde Manuel Pizarro sobre as dificuldades nas urgências e as notícias que dão conta da intenção do executivo em encerrar algumas maternidades. “É preciso que se esclareça o que pretende o Governo. Em vez de negações da realidade e evasivas, em vez de tentar esconder opções políticas por trás de comissões técnicas, o ministro tem de vir à Assembleia da República e dizer claramente quais são os encerramentos que quer fazer no Serviço Nacional de Saúde (SNS) e que modelo de funcionamento de urgências quer impor”, diz o requerimento. 

O grupo parlamentar quer ver esclarecido "por que razão [o Governo] prefere encerrar serviços fundamentais às populações em vez de investir no SNS e em medidas de captação, fixação e valorização de profissionais de saúde”.

Em referência às notícias que dão conta do possível encerramento de maternidades, como por exemplo a do Centro Hospital da Póvoa de Varzim e Vila do Conde, o Bloco quer saber por que razão “o Governo não desmente essa intenção e recusa-se a divulgar o relatório e as propostas provenientes do grupo de trabalho constituído para analisar os problemas de funcionamento destes serviços”.

Na quarta-feira, recorda o requerimento do Bloco, o coordenador desse grupo de trabalho, Diogo Ayres de Campos, disse aos deputados que "foram identificados serviços possíveis de encerrar, mas que tal decisão é política e, por isso, depende do Governo” e que “qualquer encerramento não acontecerá por desnecessidade de maternidades ou de urgências, mas sim por falta de profissionais”. O mesmo responsável afirmou que há maternidades a funcionar com apenas um médico no quadro. 

 

Para o Bloco, isto significa que o Governo tem agora de optar "entre encerrar serviços ou captar profissionais para reforçar o SNS”, mas “todos os sinais que estão a ser dados apontam para o encerramento de serviços e para a degradação do SNS e dos serviços prestados à população”, com o ministro a empurrar as decisões para este ano sem nunca se comprometer com a manutenção futura do funcionamento destes serviços.