O Bloco teve o prazer de conversar com o presidente da Escola Superior de Hotelaria e Turismo, Flávio Ferreira, com quem pudemos debater algumas dificuldades e soluções para a área do Turismo na Póvoa de Varzim e região.
Foi com agrado perceber que muitas das nossas propostas de dinamização para o turismo são comuns, e principalmente que a ESHT se dispõe totalmente para trabalhar em conjunto com as autarquias da Póvoa e Vila do Conde para o desenvolvimento do sector na região.
Uma escola que trabalha principalmente em prol dos alunos e alunas, com bons resultados que beneficiam em muito a nossa região – tanto no emprego como na valorização da nossa terra.
Uma das preocupações levantadas foi ainda a baixa remuneração a que os trabalhadores do sector estão sujeitos. Apesar da sua formação e preparação profissionais, que obtêm, com cada vez mais procura, na ESHT, as remunerações dos trabalhadores do sector hoteleiro continuam a ser muito baixas. Este é um movimento económico que temos o dever de contrariar. O Turismo só é bom se todos e todas puderem beneficiar dele. E quem mais merece se não os próprios trabalhadores?
Em relação ao turismo, temos dito nas nossas propostas que esta é uma actividade essencial para a economia da cidade e do concelho e para o incremento e manutenção do emprego. Porém, há que não descurar a pressão que o crescimento do turismo cria sobre determinadas zonas, em particular na parte mais urbanizada do concelho, nos capítulos da habitação, da produção acrescida de resíduos, da mobilidade e do uso do espaço público. Estacionamento desordenado, ruído, lixo e especulação imobiliária que afasta os residentes são riscos a evitar através de políticas de ordenamento que promovam a convivência harmoniosa entre a tão importante indústria do turismo e os moradores. Nesse sentido, é incontornável proceder a um licenciamento responsável que garanta um equilíbrio dos usos do território e em consonância com regulamentação adequada.
Defendemos que a Câmara continue o levantamento e credenciação das casas que todos os anos são alugadas em regime de turismo habitacional. Certificar essas casas e incluí-las numa lista de espaços de aluguer disponíveis permite não apenas segurança aos turistas, mas também o apoio às famílias que fazem do aluguer desse espaço uma forma de obtenção de rendimento. Tal como na indústria hoteleira, este é um serviço empresarial, que deve ser regulado e sujeito a um limite máximo de concessão de licenças, variando conforme a localização no concelho, com o objectivo de equilibrar a oferta turística com o bem-estar de quem cá vive todo o ano.
Propomos também a criação de um gabinete municipal de apoio ao turismo habitacional e ao alojamento local, para responder aos problemas dos proprietários e residentes que têm um alojamento com essas funções no seu prédio.
Para a restauração, propomos a Ementa Kilómetro Zero, que consiste na promoção da criação de pratos gastronómicos nos nossos restaurantes confeccionados com os produtos produzidos localmente, de que a Póvoa se orgulha, e bem. Pretende-se com esta proposta que os produtores encontrem escoamento para os seus produtos e que a produção da região seja divulgada pela sua qualidade, protegendo o ambiente, na medida em que a utilização de produtos locais reduz a pegada ecológica.
A criação de um parque de autocaravanas é urgente não só porque permite ordenar o trânsito e confinar o estacionamento destas viaturas, mas também porque torna a Póvoa uma cidade hospitaleira para este tipo de turismo em crescendo. A oferta de boas condições de aparcamento, com pontos de água, esgotos e energia eléctrica, e serviços de proximidade, permitirá não apenas a dinamização da economia local, mas também uma crescente atracção da Póvoa como pólo de um turismo sustentável.
A segurança das pessoas que frequentam as nossas praias deve estar entre as primeiras preocupações de uma terra que se orgulha, e bem, da sua oferta balnear. A Câmara deve contratar directamente os nadadores-salvadores e tratar de iniciar mais cedo a época balnear. Durante todo o ano, a praia deverá ser vigiada regularmente e deverão ser afixados avisos bem visíveis chamando a atenção para os perigos de certas zonas da costa e agueiros.
A Póvoa tem de ser responsável e cumprir os seus compromissos relativamente à defesa da saúde pública. Nesse sentido, deve divulgar amplamente os resultados das análises da qualidade da água e da areia e informar as pessoas, no local, sempre que as águas do mar desaconselhem o banho.
Deve também exigir que a areia resultante das dragagens da barra seja devolvida às praias.
Foi com agrado perceber que muitas das nossas propostas de dinamização para o turismo são comuns, e principalmente que a ESHT se dispõe totalmente para trabalhar em conjunto com as autarquias da Póvoa e Vila do Conde para o desenvolvimento do sector na região.