Hoje assinala-se o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza: a esse propósito, a Rede Europeia Anti-Pobreza anunciou esta manhã que mais de 2 milhões de pessoas em Portugal se encontram em risco de pobreza ou exclusão social, com a zona Norte apresentando a segunda maior taxa de risco para estas situações (21%). Das pessoas afetadas, é de notar que sofrem o agravamento mais significativo nas condições de vida as pessoas idosas e as crianças.
Segundo a EAPN, a pobreza é um fenómeno multidimensional: além do rendimento das pessoas, deve considerar-se a Habitação, Educação e Cultura na medição da pobreza.
A Póvoa de Varzim é um dos concelhos da Área Metropolitana do Porto onde se ganha menos, segundo dados do INE, mas é também um dos locais onde o custo da habitação mais disparou, o que evidencia a urgência de políticas públicas que garantam o acesso a habitação digna. Ademais, verifica-se na Póvoa uma percentagem de pessoas com ensino superior inferior à média da Área Metropolitana do Porto, com quase 5% da população sem qualquer escolaridade e mais de 20% sem mais do que o 1º ciclo. Quanto à Cultura, a Câmara Municipal da Póvoa de Varzim é especialista em construção, sem visão estratégica para a oferta cultural e muito menos para a sua acessibilização e democratização.
Para o Bloco de Esquerda, a pobreza e a exclusão social na Póvoa de Varzim são também fruto das decisões do executivo que cessa as suas funções. Nesse sentido, o Bloco de Esquerda fez várias propostas ao longo do último mandato: seja por uma política fiscal municipal que privilegie a receita proveniente dos grandes lucros (com a cobrança da derrama e agravamento do IMI em casos pontuais) para sustentar o investimento na habitação pública, a promoção dos cuidados de saúde de proximidade, pela garantia de acesso à Cultura ou pelo acompanhamento das comunidades escolares e reforço das condições das escolas, há ideias e propostas eficazes para garantir estes direitos básicos para todas e para todos.
O Bloco de Esquerda da Póvoa de Varzim lembra que é possível começar nos municípios a combater a exclusão social e a garantir a equidade, e que a erradicação da pobreza é uma luta de todos os dias.