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A lição continua na rua – manifestação de professores no dia 19 de maio

Terminada a escola, toca a campainha, mas não termina a lição.

Também na rua os professores nos ensinam o que é a liberdade transformada em luta, aparentemente de uma (só) classe.

Existem hoje 30 sindicatos de professores, uma classe que nos vai habituando à luta pela igualdade e, dessa forma, moldando e ensinando a sociedade que seremos. Na verdade, no vanguardismo do associativismo sindical em Portugal, já há muito que os professores deixaram a grande polémica sobre a unicidade sindical, promovendo a sua diversidade como exemplo vivo de liberdade e pluralismo. Sobressaem os professores em comparação, por exemplo, com outras classes, como a dos advogados que só em 2018 constituíram o seu primeiro sindicato e fizeram a sua primeira manifestação.

Entre os motivos apontados para a manifestação de 19 de maio estão a insistência do Governo em esquecer 9 anos, 4 meses e 2 dias do tempo de serviço cumprido pelos professores durante o período de congelamento das suas carreiras e da austeridade de Passos Coelho, cuja obsessão pelo cumprimento do défice, é continuada por Mário Centeno (sendo que, o tempo de serviço é contabilizado para vários funcionários públicos, o que gera uma situação discriminatória dentro da própria Função Pública).

Mas estão também na ordem do dia os problemas relativos à aposentação, cada vez mais tardia, as mudanças e instabilidade das regras dos concursos (por exemplo, este ano, o tempo de serviço prestado em Actividades de Enriquecimento Curricular deixou de ser contabilizado no Manual dos Concursos disponibilizado pelo Ministério da Educação, ao arrepio da lei) e, ainda, o combate à precariedade no exercício da profissão dos “professores contratados”, obrigados a fazerem infindáveis “tours” contínuas pelo país fora.

Tudo isto não deixou dúvidas aos professores e educadores, que sairão à rua para proclamar o seu direito de acesso à função pública em igualdade e liberdade, no dia 19 de maio. Por tudo isto, aos que continuam a lição na rua, resistentes, lutadores e que põem a Educação à frente do défice, obrigada! É bom contar convosco para a educação das gerações futuras, “a educação tem raízes amargas, mas os seus frutos serão doces”. Quando a luta chega à rua, a luta e a lição é sempre de todos e para todos.