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Reunião com a Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Varzim

O Bloco de Esquerda solicitou uma reunião com a Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Varzim, onde pudemos discutir variadíssimos aspectos da resposta social na comunidade poveira. O apoio social é uma das áreas que tem sido esquecida pelos poderes públicos, principalmente ao nível nacional, mas também ao nível autárquico, onde são necessárias novas respostas, principalmente devido à crise da era da troika e às alterações na demografia portuguesa, com um elevado número de cidadãos mais idosos.

O Bloco relembra que, em relação à resposta social, urge implementar programas de envelhecimento activo e centros de dia e de lares, abertos a todos, de gestão pública e de qualidade, que possam dar garantias de dignidade aos que trabalham toda a vida e que não podem ficar abandonados. Há que recensear, identificar as suas necessidades e carências e acompanhá-los no cumprimento de tarefas diversas, o que implica constituir uma rede municipal de cuidadores de idososPor outro lado, há que criar berçários e creches de gestão pública, a preços acessíveis, com pessoal devidamente habilitado, onde os pais possam deixar os filhos em segurança enquanto trabalham. Em síntese, é preciso cumprir plenamente o objectivo de proporcionar apoio social efectivo aos munícipes em situação de carência e dificuldade, designadamente socioeconómica, e contribuir para a satisfação dos seus direitos, que não se confunda com mero assistencialismo, que seja geracionalmente transversal e prestado por uma rede pública/municipal de técnicos e cuidadores. A Póvoa de Varzim tem o dever de ser um concelho solidário.

Numa terra com um baixo PIB per capita, a criação de respostas sociais torna-se urgente. Defendemos um gabinete de emergência social e um aumento substancial dos fundos sociais disponíveis, capaz de ajudar as pessoas em situação mais vulnerável, e ajudar, as que puderem, a procurar emprego, a fazerem valer os seus direitos e a saírem da armadilha da pobreza.

Um em cada quatro poveiros são idosos. A cidade e os equipamentos municipais têm de se adaptar e garantir dignidade, conforto, segurança, mobilidade e saúde a esta população. Não podemos depender de instituições de carácter religioso para atender às necessidades dos mais velhos. É uma obrigação da autarquia disponibilizar e cuidar de infra-estruturas e meios humanos para que a população mais idosa tenha acesso a uma vida digna no concelho, sem os esconder, pois nada devem a ninguém. Este é o seu direito e foi também para isso que trabalharam e descontaram toda a vida. Além da disponibilização de lares públicos e centros de dia (que praticamente não existem) propomos criar uma rede de cuidadores devidamente formados e remunerados que visitem os idosos e os ajudem na execução de pequenas tarefas, nas refeições, pequenas reparações, forneçam informações acerca dos serviços médicos, auxiliem em pequenas burocracias, possam fazer-lhes algumas compras, etc. Estabelecer parcerias com as farmácias locais para apoio na compra de medicamentes para cidadãos com menos posses económicas.